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Sempre Um Filme – críticas e comentários sobre a Sétima Arte

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Arquivos da Tag: Holy Motors

Top 10: Melhores filmes de 2012

23 domingo dez 2012

Posted by Adriano Garrett in Comentários, Top 10

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Tags

A Invenção de Hugo Cabret, A Separação, críticas, Holy Motors, Melhores filmes de 2012, Memórias de Xangai, Moonrise Kingdom, Pina, Políssia, top 10

Com o ano de 2012 perto do fim, é chegado o momento de olhar para trás e analisar tudo o que passou pelos cinemas brasileiros nos últimos doze meses. Para escolher as produções que mais se destacaram nesse período preferi me ater apenas a filmes que chegaram ao circuito comercial nacional. Assim, filmes como Tabu, de Miguel Gomes, e O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, que foram os grandes destaques da última Mostra de São Paulo, ficaram fora da relação. Já No, de Pablo Larraín, pôde ser citado porque estreia no País no próximo dia 28. Vamos à lista:

10 – Memórias de Xangai, de Jia Zhang-Ke

Memorias-de-Xangai

Jia Zhang-Ke segue tendo como principal tema as velozes transformações socioeconômicas ocorridas na China nas últimas décadas. Desta vez pela via do documentário, o cineasta traça, através das recordações dos habitantes de Xangai, um painel sobre o passado e o presente da cidade. Assim, o diretor recupera uma memória coletiva que tem no Cinema um produtor e difusor de lembranças.

9 – Polissia, de Maiwenn

polisse

“Polissia tem êxito inquestionável ao tratar de um tema difícil sem se render a qualquer tipo de concessão harmonizadora, como se pode comprovar em seu final visualmente belo e altamente simbólico.” – leia a crítica completa

8 – Moonrise Kingdom, de Wes Anderson

Moonrise-Kingdom

Wes Anderson usa seu conhecido apuro estético para contar uma história com tons fabulescos sobre o amor entre dois adolescentes. Aqui, mais uma vez, os adultos são quase sempre mais infantis que as crianças.

7 – Um Alguém Apaixonado, de Abbas Kiarostami

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Após realizar na Itália o excelente Cópia Fiel, o diretor iraniano sai mais uma vez de seu país natal para filmar, agora para ir ao Japão. Construindo um incomum triângulo amoroso entre dois jovens e um idoso, Kiarostami se preocupa menos com a trama e mais com a conflituosa relação de identidade dos personagens consigo mesmos. Ao preferir as dúvidas às respostas fáceis, o cineasta destaca o lado inexplicável do amor e dos sentimentos humanos.

6 – No, de Pablo Larraín

No

Último filme da trilogia do diretor sobre a ditadura chilena – os outros foram Tony Manero e Post Mortem -, No retrata a despolitização da política ao mostrar como o sanguinário regime de Pinochet só foi deposto graças a uma bem-sucedida campanha publicitária – leia a crítica completa

5 – Precisamos Falar Sobre o Kevin, de Lynne Ramsay

kevin

“Em sua melhor atuação na carreira, Tilda Swinton interpreta Eva dispensando qualquer tipo de exagero dramático e encarnando de maneira sutil suas mudanças ao longo do tempo, revelando uma personagem que, após passar grande parte da vida reprimindo seus sentimentos, tenta achar um ponto de equilíbrio para seguir vivendo” – leia a crítica completa

4 – A Invenção de Hugo Cabret, de Martin Scorsese

hugo

“Lutando contra o esquecimento de Méliès e de tantos outros com histórias parecidas, Scorsese faz um apelo para que nossa fascinação quase instintiva diante da tela de cinema seja renovada, apesar de o ar de novidade vivenciado pelos contemporâneos dos Lumiére ter ficado para trás” – leia a crítica completa

3 – Pina, de Wim Wenders

PINA

Assim como Scorsese, Wenders utiliza o 3D de maneira artisticamente interessante e faz uma bela homenagem à coreógrafa Pina Bausch, conseguindo traduzir em imagens a liberdade trazida pela arte aos dançarinos.

2 – Holy Motors, de Leos Carax

holy motors

“O protagonista é, antes de tudo, um resistente, assim como o é o filme de Leos Carax. Resistente em relação à falta de ambição da indústria cinematográfica; à passividade do público; à ausência de tramas ambíguas e reflexivas; à limitação dos gêneros, à banalização das imagens, etc. É essa resistência que faz de Holy Motors um filme extremamente original, que dá uma resposta à altura dos problemas que atribui ao Cinema atual” – leia a crítica completa

1 – A Separação, de Asghar Farhadi

a separação

“O diretor iraniano criou uma história que, apesar da aparente simplicidade, revela aos poucos sua densidade e capacidade de abrigar temas tão distintos quanto a luta de gêneros e de classes, o fanatismo religioso, o cerceamento do cidadão pelo Estado e a flexibilização da ética” – leia a crítica completa

Menções Honrosas (filmes que não estão na lista, mas também se destacaram):

Heleno, de José Henrique Fonseca – leia crítica aqui
Drive, de Nicolas Winding Refn – leia crítica aqui
007 – Operação Skyfall, de Sam Mendes – leia crítica aqui
Os Descendentes, de Alexander Payne – leia crítica aqui
Fausto, de Aleksandr Sokurov
Tomboy, de Céline Sciamma
Febre do Rato, de Cláudio Assis
Histórias que Só Existem Quando Lembradas, de Julia Murat
Infância Clandestina, de Benjamin Ávila
Elefante Branco, de Pablo Trapero

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Crítica: Holy Motors

02 domingo dez 2012

Posted by Adriano Garrett in Críticas

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crítica holy motors, Denis Lavant, Edith Scob, Holy Motors, Leos Carax, Michel Piccoli, Senhor Merda, Sr. Merde

holy motors

Na cena inicial de Holy Motors, novo filme de Leos Carax, vemos silhuetas de pessoas dentro de uma sala de cinema. A passividade diante da película que está sendo exibida é tão grande que podemos questionar se os seres no recinto são reais ou se não passam de estátuas. Em seguida, o próprio Carax aparece no papel de um homem que acorda em um local não identificado e abre uma passagem secreta que dará dentro do mesmo cinema. Dessa maneira, se inicia uma obra que tem ao menos um grande trunfo: não permitir que o espectador fique indiferente a ela.

Nessa história passada em apenas um dia conhecemos o Sr. Oscar (o camaleônico Denis Lavant, genial), um executivo que sai cedo para trabalhar e entra a bordo de uma limusine conduzida pela motorista Céline (Edith Scob). Após receber dossiês que indicam suas próximas tarefas, o homem usa o veículo como camarim e se transforma em diversos personagens, entre eles uma mendiga pedinte, um ator especializado na técnica do motion capture, um assassino de aluguel, um velho doente, um pai de família e uma criatura inclassificável que vive no esgoto, come flores e é conhecida como Sr. Merde – o mesmo que aparece no episódio dirigido por Carax no filme Tokyo! (2008).

Holy Motors é, assim como seu personagem central, não só uma, mas várias coisas diferentes. A começar pela mudança constante de gêneros: do policial ao romance, do drama familiar à comédia nonsense, do musical à fantasia. Essa transformação sucessiva de registros torna o filme uma obra que trata fundamentalmente sobre o Cinema e as diversas maneiras que ele possui para se comunicar com o espectador. Nesse sentido, o principal mérito do longa-metragem é o de conseguir manter um clima de mistério e fascinação mesmo revelando seu principal artifício – a transfiguração do protagonista, que proporciona os vários filmes dentro do filme.

Apostando na força das imagens em vez de tentar explicar as suas intenções, o diretor propõe ao espectador um papel ativo no entendimento da história ao lançar mão de uma série de simbolismos durante o filme. O principal deles talvez esteja ligado ao significado da limusine na trama. Sendo retratado com um ambiente sempre escuro, isolado de tudo o que está ao seu redor, o veículo é o escritório do qual o protagonista sai para executar os seus variados papéis. Metaforicamente, ele também funciona como um polo produtor de filmes – ou a própria indústria do Cinema -, que surge como algo estranho e deslocado nas ruas e no mundo de hoje.

É justamente dentro dessa limusine que acontece o diálogo mais reflexivo e elucidativo sobre o conceito do filme. A diminuição do poder das imagens na atualidade é apontada por um homem (Michel Piccoli) que aparenta ser chefe do protagonista – “algumas pessoas não acreditam mais no que assistem”, diz ele. Mesmo entendendo este novo contexto, no qual a superexposição de conteúdos audiovisuais enfraquece a aura do Cinema, Oscar segue em frente simplesmente por causa da beleza do gesto de interpretar, de se colocar no lugar do outro, de gerar uma nova realidade.

O protagonista é, antes de tudo, um resistente, assim como o é o filme de Leos Carax. Resistente em relação à falta de ambição da indústria cinematográfica; à passividade do público; à ausência de tramas ambíguas e reflexivas; à limitação dos gêneros, à banalização das imagens, etc. É essa resistência que faz de Holy Motors um filme extremamente original, que dá uma resposta à altura dos problemas que atribui ao Cinema atual.

Nota: 8,5/10

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Método de avaliação

0 a 5 - Ruim
5,5 a 6,5 - Regular
7 a 7,5 - Bom
8 a 8,5 - Ótimo
9 a 10 - Excelente

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