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Sempre Um Filme – críticas e comentários sobre a Sétima Arte

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Arquivos da Tag: Cavalo de Guerra

Oscar 2012: Comentários e palpites

21 terça-feira fev 2012

Posted by Adriano Garrett in Comentários, Oscar 2012

≈ 3 Comentários

Tags

A Árvore da Vida, A Invenção de Hugo Cabret, Alexander Payne, Cavalo de Guerra, George Clooney, Histórias Cruzadas, Indicados, Martin Scorsese, Meia-Noite em Paris, Michel Hazanavicius, O Artista, O Homem que Mudou o Jogo, Os Descendentes, Oscar 2012, Tão Forte e Tão Perto

Não é preciso ter uma grande memória para se lembrar das injustiças cometidas pelo Oscar. As recentes vitórias de Crash, Quem Quer Ser um Milionário? e O Discurso do Rei sobre filmes muito melhores demonstram o gosto artístico duvidoso da premiação, que em tempos mais distantes não reconheceu a genialidade de nomes como Charles Chaplin, Orson Welles e Alfred Hitchcock, além de ter ignorado o talento de Martin Scorsese por décadas.

Neste ano, felizmente, os dois favoritos ao prêmio de melhor filme são de ótimo nível (A Invenção de Hugo Cabret e O Artista), embora inferiores ao também concorrente A Árvore da Vida. Obtendo o maior número de indicações, os filmes de Scorsese e Hazanavicius homenageiam a seu modo o próprio Cinema, sendo o primeiro uma produção americana passada na França e o segundo uma produção francesa ambientada nos EUA.

Não vou achar nenhum absurdo histórico a consagração de O Artista como grande vencedor do Oscar, mas cada vez mais acredito que o filme de Hazanavicius está sendo supervalorizado, pois não consegue ir muito além da nostálgica ousadia formal que propõe inicialmente. Já A Invenção de Hugo Cabret, além de trazer ao 3D uma qualidade artística nunca antes vista, faz uma homenagem muito mais profunda ao Cinema e à sua impressionante capacidade de nos deslumbrar.

Torcendo para que o filme de Scorsese consiga reverter o favoritismo do de Hazanavicius, listo abaixo os candidatos à premiação deste ano, que acontecerá no próximo domingo, e dou meus palpites nas principais categorias divididos em duas partes: os favoritos, baseados nos resultados das premiações anteriores, e os melhores, de acordo com meu gosto pessoal. Ainda incluí um terceiro quesito para melhor filme e diretor e coloquei asteriscos nos filmes que ainda não vi.

Indicados a melhor filme:
Cavalo de Guerra
O Artista
O Homem que Mudou o Jogo
Os Descendentes
A Árvore da Vida
Meia-Noite em Paris
Histórias Cruzadas
A Invenção de Hugo Cabret
Tão Forte e Tão Perto*

O melhor: A Árvore da Vida
O melhor entre os favoritos: A Invenção de Hugo Cabret
Provável vencedor: O Artista

Indicados a melhor diretor:
Michel Hazanivicus – O Artista
Alexander Payne – Os Descendentes
Martin Scorsese – A Invenção de Hugo Cabret
Woody Allen – Meia-Noite em Paris
Terrence Malick – A Árvore da Vida

O melhor: Terrence Malick
O melhor entre os favoritos: Martin Scorsese
Provável vencedor: Michel Hazanavicius

Indicados a melhor roteiro original:
Michel Hazanivicius – O Artista
Kristen Wiig e Annie Mumulo – Missão Madrinha de Casamento*
Woody Allen – Meia-Noite em Paris
J.C. Chandor – Margin Call
Asghar Farhadi – A Separação

O melhor: Meia-Noite em Paris
Provável vencedor: Meia-Noite em Paris

Indicados a melhor roteiro adaptado:
Alexander Payne, Nat Faxon e Jim Rash – Os Descendentes
John Logan – A invenção de Hugo Cabret
George Clooney, Beau Willimon e Grant Heslov – Tudo pelo Poder
Steven Zaillian e Aaron Sorkin – O Homem que Mudou o Jogo
Bridget O’Connor e Peter Straughan – O Espião que Sabia Demais

O melhor: Tudo pelo Poder
Provável vencedor: Os Descendentes

Indicados a melhor ator:
Demian Bichir – A Better Life*
George Clooney – Os Descendentes
Jean Dujardin – O Artista
Gary Oldman – O Espião que Sabia Demais
Brad Pitt – O Homem que Mudou o Jogo

O melhor: Jean Dujardin
Provável vencedor: Jean Dujardin

Indicados a melhor ator coadjuvante:
Kenneth Branagh – Sete Dias com Marilyn*
Jonah Hill – O Homem que Mudou o Jogo
Nick Nolte – Guerreiro*
Christopher Plummer – Toda Forma de Amor*
Max von Sydow – Tão Forte e Tão Perto*

Provável vencedor: Christopher Plummer
Obs: aqui me abstenho de opinar sobre o melhor por motivos óbvios

Indicadas a melhor atriz:
Glenn Close – Albert Nobbs
Rooney Mara – Millenium – Os Homens que não Amavam as Mulheres
Viola Davis – Histórias Cruzadas
Meryl Streep – A Dama de Ferro
Michelle Williams – Sete Dias com Marilyn*

A melhor: Meryl Streep
Provável vencedora: Viola Davis
Obs: Esta categoria trouxe o maior absurdo do ano. Tilda Swinton deveria não só ter sido indicada, como também ganhar o prêmio por sua atuação em Precisamos Falar Sobre o Kevin

Indicadas a melhor atriz coadjuvante:
Berénice Bejo – O Artista
Jessica Chastain – Histórias Cruzadas
Melissa McCarthy – Missão Madrinha de Casamento*
Janet McTeer – Albert Nobbs
Octavia Spencer – Histórias Cruzadas

A melhor: Berénice Bejo
Provável vencedora: Octavia Spencer

Indicados a melhor filme em língua estrangeira:
Bullhead (Bélgica)*
Footnote (Israel)*
In Darkness (Polônia)*
Monsieur Lazhar (Canadá)*
A Separação (Irã)

Provável vencedor: A Separação
Obs: Embora não tenha visto os filmes concorrentes, acho muito difícil que algum deles seja melhor que a obra-prima de Asghar Farhadi

Indicados a melhor montagem:
Anne-Sophie Bion e Michel Hazanavicius – O Artista
Kevin Tent – Os Descendentes
Kirk Baxter e Angus Wall – Millenium – Os Homens que não Amavam as Mulheres
Thelma Schoonmaker – A Invenção de Hugo Cabret
Christopher Tellefsen – O Homem que Mudou o Jogo

A melhor: Millenium – Os Homens que não Amavam as Mulheres
Provável vencedor: O Artista

Indicados a melhor fotografia:
Guillaume Schiffman – O Artista
Jeff Cronenweth – Millenium – Os Homens que não Amavam as Mulheres
Robert Richardson – A Invenção de Hugo Cabret
Emmanuel Lubezki – A Árvore da Vida
Janusz Kaminski – Cavalo de Guerra

A melhor: A Árvore da Vida
Provável vencedor: A Árvore da Vida

Indicados a melhor direção de arte:
O Artista
Harry Potter a as Relíquias da Morte – Parte 2
A Invenção de Hugo Cabret
Meia-Noite em Paris
Cavalo de Guerra

A melhor: A Invenção de Hugo Cabret
Provável vencedor: A Invenção de Hugo Cabret

Indicados a melhor trilha sonora:
John Williams – As aventuras de Tintim
Ludovic Bource – O Artista
Howard Shore – A Invenção de Hugo Cabret
Alberto Iglesias – O Espião que Sabia Demais
John Williams – Cavalo de Guerra

A melhor: A Invenção de Hugo Cabret
Provável vencedor: O Artista

Indicados a melhor canção original:
Bret McKenzie – Man or Muppet (Os Muppets)
Sérgio Mendes, Carlinhos Brown e Siedah Garrett – Real in Rio (Rio)

A melhor: Man or Muppet
Provável vencedor: ?

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Crítica: Cavalo de Guerra

18 quarta-feira jan 2012

Posted by Adriano Garrett in Críticas

≈ 2 Comentários

Tags

Cavalo de Guerra, Emily Watson, Jeremy Irvine, John Willians, Niels Arestrup, Peter Mullan, Steven Spielberg

Mesmo originário de um livro infantil, Cavalo de Guerra se passa em um contexto histórico que contém elementos mais do que suficientes para serem aproveitados em um roteiro cinematográfico com temática adulta. É pena, portanto, que o diretor Steven Spielberg deixe de lado reflexões importantes sobre o início do século XX para focar grande parte de seu esforço em uma tentativa desesperada de emocionar o público em um filme que, para isso, usa e abusa de simplificações que enfraquecem seu resultado final.

O primeiro indício do propósito do diretor se vê logo na sequência inicial, quando o início da amizade entre Albert e o cavalo Joey é mostrado sem nenhum tipo de diálogo, mas com uma trilha sonora que, apesar de bela, não hesita em demonstrar, antes mesmo de conhecermos os personagens, que aquele momento será fundamental para a trama. Aliás, a música de John Williams acaba se tornando um dos pontos fracos do filme não só por ser excessiva, mas também pela falta de sutileza, ambos fatores que contribuem (no caso, negativamente) para a alta carga melodramática do longa-metragem.

A relação entre Albert e Joey, que perpassa todo o filme, se concretiza quando o seu pai, em um ato impensado, adquire o animal em um leilão, incentivado por uma disputa pessoal. O negócio, além de abalar as já escassas economias da família, parece mais improdutivo pelo fato de o equino não ser o tipo ideal para arar um amplo pedaço de terra. Ameaçados de despejo pelo proprietário do local, os Narracott não têm outra opção a não ser confiar na improvável amizade entre seu membro mais novo e um cavalo.

As dificuldades nos verdes campos ingleses, no entanto, não se comparam às que virão com o início da Primeira Guerra Mundial. Com a tecnologia bélica ainda em evolução, os cavalos continuavam a ser utilizados em grande número nas batalhas e no carregamento de armas. Sendo assim, a necessidade de dinheiro, somada à demanda pelo animal, faz com que o pai de Albert venda Joey para a cavalaria inglesa, mesmo após o jovem tentar impedir o negócio e prometer reencontrar o amigo.

O roteiro de Lee Hall e Richard Curtis contribui decisivamente para o fracasso do filme por apresentar diálogos pouco inspirados (a exceção, talvez, seja a metáfora do pombo-correio) e, principalmente, por construir personagens unidimensionais que contribuem para as intenções maniqueístas da produção. Assim, nem o esforço de profissionais reconhecidos, como Emily Watson, Peter Mullan e Niels Arestrup, consegue dar maior profundidade à trama. A exceção negativa entre os atores é justamente Jeremy Irvine, que é ultrapassado até pelo cavalo no quesito expressividade.

Outra estratégia lançada pelos roteiristas é a reiteração de situações que, pelo destaque atribuído, sabemos que se tornarão importantes para o desenrolar da trama. Em alguns casos este recurso é bem-sucedido, como no assobio peculiar de Albert para Joey e nos dois instantes em que o cavalo não consegue saltar obstáculos (o que levará, adiante, a uma das mais belas cenas do filme), mas a passagem da bandeira militar por diversos donos se torna didática e enfadonha, relembrando o espectador a cada 20 minutos que aquele objeto será mostrado nos momentos finais (mesmo que seu simbolismo seja muito menor do que aquele que o diretor quer sugerir).

Se da primeira parte, passada na Inglaterra, é difícil salvar alguma cena, nos momentos seguintes, quando o personagem principal (o cavalo Joey) vai para a guerra, a situação melhora, mas não tanto.

Um dos pontos discutidos pelo filme é a oposição entre a racionalidade humana e a irracionalidade dos animais, que por vezes podem se inverter. Mesmo dotado de inteligência, o ser humano possui um ego que o leva a disputas com seus semelhantes, sendo a mais cruel delas a guerra. Por outro lado, mesmo sem saber racionalizar os fatos, o cavalo Joey é capaz de realizar atos de lealdade e afeto sem desejar nada em troca. Esta discussão, no entanto, ganharia mais força caso o animal não fosse tratado como uma entidade que, por onde passa, consegue subitamente resgatar a humanidade perdida das pessoas.

Passando da tropa inglesa para a alemã e, finalmente, regressando à sua cavalaria de origem, Joey é acolhido por personagens que protagonizam pequenos “contos” ao longo de alguns minutos. Assim, temos os irmãos alemães jovens demais para assumir a responsabilidade da guerra, a doente menina francesa que vê no relacionamento com o cavalo a possibilidade de romper o seu isolamento e o tratador de cavalos alemão que se recusa a aplicar aos animais a cruel lógica da guerra.

Essas histórias paralelas, que variam no nível de inspiração (a história da menina é a mais fraca e apelativa), são contadas com tamanha rapidez que o desenvolvimento dos personagens é prejudicado, e o que fica para o espectador são tramas mal-resolvidas que servem apenas para aumentar a epopeia de Joey, que no caminho é ameaçado de sacrifício uma série de vezes.

É claro que, entre algumas tentativas de fazer o espectador chorar, Spielberg mostra resquícios do bom diretor que é e nos oferece passagens marcantes. Assim como em O Resgate do Soldado Ryan, quando reproduziu impecavelmente o desembarque das tropas aliadas no dia D da Segunda Guerra Mundial, o cineasta demonstra grande talento nas cenas de conflito, com destaque para a batalha que começa com uma cavalgada em uma plantação. Outra passagem marcante é o bombardeio que conta com a participação (obviamente involuntária) de Joey, na qual vemos em flashes de luz o regresso de um personagem já conhecido.

As mais belas cenas do filme, no entanto, acontecem quando Joey se livra de qualquer proprietário e se vê sem rumo em meio à carnificina da guerra. A imagem do cavalo cercado por um tanque de guerra representa bem a transição entre dois tempos vivida no início do século XX (era rural x industrial), fator que poderia ter sido bem mais explorado pelo roteiro. Já a corrida do animal em meio a um campo bombardeado representa a busca desesperada e instintiva para se livrar do horror do conflito.

Outro momento que merece destaque é a mobilização de ingleses e alemães para salvar o cavalo, numa trégua que resgata temporariamente os resquícios de humanidade tão sufocados pela guerra. Lembrando Feliz Natal (filme de 2005, dirigido por Christian Carion), Spielberg consegue ali uma rara emoção verdadeira, mas logo rompe a verossimilhança, fazendo com que os personagens troquem piadas e se tornem amigos em apenas poucos minutos (e o voo dos alicates é o movimento que acaba com todo o clima da cena).

Os bons momentos isolados de Cavalo de Guerra servem apenas para atestarmos sua fragilidade como um todo, fato que o final piegas, em um pôr do sol extremamente avermelhado (com a fotografia lembrando clássicos como E o Vento Levou…), só serve para confirmar. Tão superficial como a atuação de Jeremy Irvine, o filme ganha lugar de destaque entre os piores de Steven Spielberg.

Nota: 5,0/10

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Método de avaliação

0 a 5 - Ruim
5,5 a 6,5 - Regular
7 a 7,5 - Bom
8 a 8,5 - Ótimo
9 a 10 - Excelente

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